Nesse mundo de tamanha diversidade humana, muitos optam por “viver nas nuvens “, estando fisicamente no chão. Flutuam ao sabor dos ventos, das facilidades, das futilidades, das inconsistências e dançam conforme a música do momento, como se a vida se resumisse em prazeres. Embalam-nos as oferecidas mãos aparentemente suaves dos vícios, dos jogos, das bebidas, das drogas e o que mais que se apresente como prazeres, efêmeros, é verdade,cujo desfecho são as garras da solidão, do infortúnio e da dor. Outros, porém, em menor número, infelizmente, com os pés fincados no chão de terra firme da responsabilidade e embalados pelos sonhos de realizações, passeiam, literalmente, nas nuvens, a bordo de máquinas seguras, de objetivos consistentes, com base em esforços incontidos e perseverança na rota do bem. Gustavo Henrique é um desses últimos, que ao se aventurar em busca de seus sonhos de conhecimento e de interação com o mundo, no que tem de melhor e mais belo, deixou para traz uma família, para ganhar outra além do horizonte. Agora tem duas a disputar alternada e/ou concomitantemente,seu calor humano, sua convivência de puro aprendizado. Não, ele não se casou, não. As duas famílias, uma natural brasileira, e outra adotiva por afinidade, norte americana, o disputam como filho dileto e admirável, numa concorrência salutar, buscando lhe dar amor e carinho humano, de que ele é incontestavelmente merecedor. Esse menino/homem de 24 anos, cujos ganhos não lhe permitem possuir nem um surrado carro velho, transita pelos céus dos Estados Unidos e Canadá, pilotando seu “Cesninha”, como ele próprio diz, em cujo bagageiro tem uma bicicleta desmontável, seu veículo destinado a conhecer os lugares e cidades onde pousa. Seus dormitórios? Albergues, quase gratuitos, onde por vezes amizades são travadas e caronas são oferecidas em seus vôos, para espanto de seus colegas albergados, de pouca ou nenhuma posse, mas de determinação ímpar na busca de seus objetivos. Em breve, fará um vôo solitário, de longos dias, talvez meses, do Alaska à sua terra Natal no Sudeste brasileiro. Muitas histórias estão também a caminho, amenizando sua solidão nas alturas, e desde já ansiosamente aguardadas. Como? Com alguns patrocínios já conseguidos, outros a caminho e quem sabe outros mais, a medida que sua saga de conhecer o mundo e compartilhar com todos vá se tornando mais conhecida? Outro dia conto mais sobre essa pessoinha “brevetada” nos States, com certa parcialidade, é verdade, mas com profundo conhecimento de causa, pois sou o pai coruja. Bons e seguros vôos meu filho. Você merece. Seu pai natural, integrante de uma das duas famílias que o amam. Wilian